domingo, 23 de janeiro de 2011

O Caso do Livro do Bebê

Então eu fui comprar um livro do bebê pro meu primeiro sobrinho. É claro que tinha o de capa rosa e o de capa azul, mas considerando que na parte de dentro ambos eram iguais - cheios de bichinhos fofoluchos e páginas em tons pastéis - não me senti muito ofendida: comprei o azul (pensando que, se o sobrinho fosse sobrinha, ia ganhar azul também, porque estava muito mais bonito) e lá me fui, bem satisfeita, pensando que afilhado ia ser devidamente exposto a desenhinhos meigos.

Quando cheguei em casa e fui mostrar ao Maridinho a brilhante aquisição, percebi que o álbum também era decorado com figuras de bebês. E a maioria esmagadora delas, mas esmagadora mesmo, eram nenéns brancos, louros e de olhos azuis. I kid (hihihi) you not. Sério, nem na Noruega deve ter tanta criança nórdica. Tive a pachorra de contar: 34 bebês ilustrados, e um único bebezinho negro.

É uma falta de representação chocante. Não só do meu sobrinho (que nem é louro de olho azul), mas da sociedade brasileira. E o pior é que, entre fabricantes e compradores do livro, quase ninguém deve ter notado alguma coisa errada.

Aí eu apelei, né? Pro lápis de cor. Agora, o livro do bebê tem neném branco, negro, oriental, aborígene e índio; tem cabelo preto, castanho, ruivo, louro, liso, cacheado e crespo; tem criança lambuzada de geléia, suja de chocolate, queimada de sol, com sarda e sarampo.

Agora o sobrinho vai ser devidamente exposto a desenhinhos meigos E à diversidade.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Caso da Tia Lud

E não é que eu virei tia?

Não foi exatamente surpresa, já que a irmã D. estava grávida há nove meses. Surpresa foi o bebê V. vir no dia do aniversário da irmã I. E o sentimento inexplicável de amor que a gente sente quando bota o sobrinho no colo. Olha que ele nem parece comigo - só na capacidade impressionante de dormir longas horas nas mais diversas posições.