Quando cheguei em casa e fui mostrar ao Maridinho a brilhante aquisição, percebi que o álbum também era decorado com figuras de bebês. E a maioria esmagadora delas, mas esmagadora mesmo, eram nenéns brancos, louros e de olhos azuis. I kid (hihihi) you not. Sério, nem na Noruega deve ter tanta criança nórdica. Tive a pachorra de contar: 34 bebês ilustrados, e um único bebezinho negro.
É uma falta de representação chocante. Não só do meu sobrinho (que nem é louro de olho azul), mas da sociedade brasileira. E o pior é que, entre fabricantes e compradores do livro, quase ninguém deve ter notado alguma coisa errada.
Aí eu apelei, né? Pro lápis de cor. Agora, o livro do bebê tem neném branco, negro, oriental, aborígene e índio; tem cabelo preto, castanho, ruivo, louro, liso, cacheado e crespo; tem criança lambuzada de geléia, suja de chocolate, queimada de sol, com sarda e sarampo.
Agora o sobrinho vai ser devidamente exposto a desenhinhos meigos E à diversidade.