quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O crachá provisório

Dia desses me dei conta de que ainda estava usando um crachá provisório no trabalho. O permanente ficou pronto em janeiro, mas como tem de buscar em um prédio longe, primeiro enrolei e depois esqueci. 

Ou, basicamente, queria tanto passar no concurso de oficial de chancelaria que me recusei a ver o emprego atual como permanente.

Ou a vida atual como permanente. Desde que chegamos a Brasília, a ideia foi morar em um apê pequeno/comprar poucos móveis/não ter carro/não criar compromissos de longo prazo, porque Brasília é provisória: daqui a pouquinho vamos embora.

Só que o daqui a pouquinho virou um daqui a poucão. Em dois de setembro, completamos um ano na capital. Ainda estou esperando a nomeação. E, mesmo depois que eu for nomeada, serão dois anos antes de sair do país. Isso se não atrasar e os dois anos se tornaram dois anos e meio, três anos...

Ou seja: tenho de encarar a realidade. A estadia em Brasília não é provisória. Não é só um intervalo rápido entre o sabático e o primeiro ciclo de remoções (10 anos no exterior, oba). Vai ser uma parte razoavelmente longa da minha vida. Tenho de dar um jeito de vivê-la da melhor maneira possível, em vez de encarar tudo que acontece como provisório.

E, como só percebi isso hoje, ainda não sei como fazer, não.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Game of Thrones

Este fim de semana, finalmente decidi ler Game of Thrones. Todo mundo já leu os livros e já assistiu ao seriado, mas eu vinha resistindo, com o plano de só começar depois que o autor terminasse de escrever tudo. Vai que esse cara morre e deixa os leitores na mão? Aí vão contratar um escritor meia-boca para terminar a história e vai ser horrível e decepcionante. Pode ser que o fim original seja horrível e decepcionante mesmo, mas pelo menos vai ser o fim original.

Estou achando surpreendentemente bom. Eu esperava algo à Senhor dos Anéis, mas o George R. R. Martin é um autor contemporâneo e, portanto, tem um estilo mais moderno: escreve cenas mais curtas, alterna mais entre os personagens e termina os capítulos em momentos mais emocionantes. Além disso, ele não se preocupa em desenvolver línguas novas, criar poemas e canções e fazer descrições geográfica detalhadíssimas (o que é decerto valorizadíssimo pelos fãs, mas meio chato para o leitor casual).

A parte ruim é que já sei um monte de coisas (eu e a torcida do Galo). Já me contaram que uma galera vai morrer (então não é prático se apegar a nenhum personagem), que o Jon Snow não só vai morrer como vai ressuscitar, que a Daenerys Targaryen vai arrumar uns dragões e começar a dominar a joça toda. 

Ainda não resolvi se e quando vou assistir ao seriado. Provavelmente sim, depois que terminar os livros, porque os episódios já avançaram mais que os cinco volumes publicados. Por enquanto, tenho 3.640 páginas para me divertir. 

Por enquanto não avancei muito porque também resolvi ler uns livros sobre futebol americano. A temporada de jogos começou e achei que, se entendesse mais do babado, também acharia mais interessante. E, de fato, é um esporte mais complicado e mais divertido do que me pareceu à primeira vista. 

Gosto principalmente das pausas para comer cachorro-quente.