Eu sempre quis morar fora do Brasil. Virei funcionária pública e desisti. O que não me impedia de dizer de várias cidades no exterior que conhecia, como o maior dos elogios: "morava aqui fácil!", mesmo sabendo que não tinha como rolar.
Aí muito tempo se passou e muitas coisas aconteceram e, bem, nos próximos anos irei morar fora do Brasil. Sim, os sonhos se realizam (e ainda estou chocada com esse fato. Sempre fui da turma dos céticos).
Mês passado estive em Barcelona de férias. Pela primeira vez tive a sensação que, puxa, realmente tenho chance de viver aqui. O coração acelerou, a pressão caiu (um pouquinho). Me senti feliz e animada e aterrorizada com a perspectiva.
Não sei como vai ser. A irmã mais nova, que já morou na Alemanha e agora está na Espanha, avisou que continuarei a mesma pessoa, só que em um cenário diferente. Ou seja, morar no exterior não significa que minha vida se tornará magicamente perfeita e que eu jamais terei de novo dúvidas e angústias e um vazio no peito.
A diferença é que poderei encher esse vazio com chocolate suíço, né.
* * *
Não estou fazendo charme sobre meu futuro, não: não contei para onde vou porque não tenho ideia. Trabalho no Itamaraty e posso ser enviada (com a minha aquiescência, e só a partir do ano que vem) para qualquer lugar onde o Brasil tenha uma embaixada ou consulado. Existe um mecanismo de remoção, com datas, prazos e vagas disponíveis, com resultados basicamente imponderáveis, então estou tentando não me apegar a nenhum destino determinado.
Vai ser bom, tenho certeza.
Eu sempre tive vontade de morar um período fora do Brasil também. E sempre pensei na Europa, ou Canadá. Tenho uma chance real de fazer doutorado por 3 anos fora do Brasil (pelo meu trabalho), e a França sempre me pareceu o lugar ideal pra isso. Até curso de francês eu já fiz pra "facilitar a sorte".
ResponderExcluirMas sabe que mudei um pouco de idéia? No último ano, morei na Colômbia (voltei ao Brasil há duas semanas). Nunca foi meu plano morar em algum país da América latina (além do Brasil), mas acabou rolando e gostei da oportunidade... Mas sofri muito por causa de um detalhe simples, e não via a hora de voltar: COMIDA!!
Não curti muito a culinária colombiana. Não gostei dos temperos, não gostei da comida do dia a dia, e pra piorar, sou vegana e eles colocam carne (ou ovo, ou queijo) em tudo!!! E eu tenho uma preguiça enooooorme de cozinhar, mas não tive outra opção senão fazer comida diariamente (ou quase diariamente) pra sobreviver.
Aqui no Brasil, mesmo em um restaurante self-service não especializado em comida vegana, eu consigo comer muito bem (pelo menos na maioria dos restaurantes). Arroz, feijão, muitos legumes e saladas, e estou feliz! Na Colômbia era tão difícil...
Gente, essa idéia de comida a quilo é tão boa, não entendo porque os outros países não copiam...
Enfim, depois desse 1 ano sofrendo a cada refeição, estou realmente repensando se quero mesmo passar 3 anos na França... Ainda mais porque dizem que os chefs franceses são hiper chatos, e não gostam dessa mania brasileira de "será que dá pra trocar o pirê de batatas do prato por batata frita?"
Acho que eu sofreria ainda mais... :/
Anne, que bacana! Sim, você quer morar 3 anos na França (aquela que sabe o que é melhor pra todo mundo, rs). França é amor! Não se preocupe com a comida, vai ser moleza (e delicioso). Na França, além dos vinhos e pães maravilhosos, e das frutas e vegetais bem lindos, tem uma linha de congelados chamada Picard que é sensacional. Eu sei, a gente pensa em comida congelada e torce o nariz, mas a Picard é delícia, pode confiar. São muitas opções (tanto que não vende em supermercado, mas em lojas só da marca): tanto pratos prontos como ingredientes individuais para quem gosta de cozinhar. Dá uma olhadinha e vê resolve para os veganos: www.picard.fr. Beijos e conta pra gente se rolar o doutorado! (E sim, comida a quilo é uma ideia muitíssimo boa. Devia ser exportada para o mundo inteiro.)
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